Uma auditoria realizada pelo Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) revelou que as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) do DF estão apresentando baixo desempenho em relação a indicadores estabelecidos pelo Programa Previne Brasil, do Ministério da Saúde. Esses indicadores estão relacionados a ações voltadas para a saúde da mulher e à prevenção de doenças crônicas, como diabetes e hipertensão.
O TCDF constatou que os indicadores de desempenho das UBSs estão, em alguns casos, até 34 pontos percentuais abaixo das metas estipuladas. Um exemplo é a cobertura do exame de Papanicolau, conhecido também como exame citopatológico. A meta para esse exame era de 40%, mas o resultado no primeiro quadrimestre de 2023 foi de apenas 14%. Esse exame é crucial para detectar alterações em células do útero que podem indicar câncer de colo de útero.
Outro indicador problemático é a análise de hemoglobina glicada, que mede a média de glicose no sangue nos últimos três meses. A meta era de 50%, mas o resultado alcançado foi de apenas 16%. Esse exame é essencial para o controle da diabetes.
O relatório de auditoria também revelou um desempenho insatisfatório nos indicadores relacionados ao atendimento odontológico de gestantes e ao acompanhamento de hipertensos. A proporção de gestantes com atendimento odontológico foi de 49%, enquanto a meta era 60%, e o percentual de pessoas com hipertensão que tiveram consulta e aferição de pressão arterial foi de 24%, quando a meta era 50%.
O Plano Estratégico do Governo do Distrito Federal para o período de 2019 a 2060 estabeleceu como meta manter abaixo de 15% o índice de internações por condições sensíveis à atenção básica. No entanto, fora do período de pandemia, o DF não tem conseguido cumprir essa meta. O relatório aponta que as internações devido a problemas respiratórios são as mais frequentes, totalizando 39,28%.
Entre as causas identificadas para esses problemas estão a falta de prioridade da alta administração na definição e acompanhamento dos indicadores de saúde, a alta rotatividade de gestores, que compromete a continuidade na avaliação e monitoramento, e a falha da rede pública de saúde na oferta adequada de exames aos usuários.
Como resultado da auditoria, o Plenário do TCDF determinou várias ações à Secretaria de Saúde do DF (SES). Entre as medidas solicitadas estão a melhoria no acompanhamento odontológico das gestantes, a realização de mais exames citopatológicos e o acompanhamento eficaz de pacientes com doenças crônicas. A SES-DF também deve trabalhar para reduzir as internações que poderiam ser evitadas com um melhor acompanhamento na rede básica de saúde.
Além disso, foi solicitada a criação de um Plano de Ação que defina as medidas necessárias para aprimorar o desempenho da Atenção Primária à Saúde, incluindo a descrição das ações, cronograma e responsáveis pela implementação.
Veja aqui: https://www.metropoles.com/distrito-federal/auditoria-do-tcdf-aponta-baixo-desempenho-em-indicadores-de-saude
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